terça-feira, 31 de maio de 2011

Entrevista - Gincana (Genética)


1-      Seu nome?
Márcia Christina da Silva Branco

2-      Onde reside atualmente?
Atualmente resido em Itabuna, Bahia.

3-      Em qual instituição faz mestrando/doutorado?
Sou mestre em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), localizada no município de Ilhéus (BA) e doutoranda em Genética e Biologia Molecular pela mesma universidade.

4-      Qual a sua graduação?
Bacharelado em Ciências Biológicas (UESC).

5-      Qual a atuação do profissional na área da Biologia Molecular?
O profissional na área de Genética e Biologia Molecular, além da atuar como docente em Universidades, é capacitado para elaborar e executar projetos de pesquisa em instituições públicas e privadas em diversas áreas, principalmente bioquímica, fisiologia, microbiologia, imunologia, farmacologia, epidemiologia e biotecnologia. As atividades desenvolvidas de acordo com as diversas áreas incluem (i) melhoramento genético de espécies vegetais e animais através da manipulação genética, produção de plantas geneticamente modificadas, por exemplo, plantas resistentes à herbicidas, estudos de interação planta-patógeno e controle de pragas e doenças, na agropecuária; (ii) diagnóstico de doenças genéticas bem como tratamento e prevenção, avaliação de anomalias hereditárias, identificação de mutações e testes de paternidade pela análise de DNA, no setor de saúde; (iii) manejo e conservação da biodiversidade, em ecologia; (iv) avaliação e utilização de microorganismos com funções e efeitos benéficos à espécies vegetais de sistemas agrícolas e agroflorestais e no tratamento de contaminações ambientais, em meio ambiente; (v) produção de etanol, bioprodutos tecnológicos, papel e celulose, nas indústrias e agroindústrias e (vi) produção de medicamentos, hormônios e vacinas, em indústrias farmacêuticas. Estes são alguns exemplos já que o campo de atuação profissional, além de diversificado e crescente, encontra-se em transformação contínua.

6-      Uma das discussões recorrentes no campo das pesquisas científicas tem sido o uso de células-tronco para a regeneração de órgãos e tecidos. Qual a contribuição que é dada pela Biologia Molecular no estudo das células-tronco?
            A identificação e uso das células-tronco foi possível devido aos conceitos desenvolvidos pelo estudo da Biologia Molecular, principalmente Biologia Molecular da célula. O monitoramento de células pluripotentes, como a morfologia e diferenciação celular, é realizado por meio de técnicas da biologia molecular.

7-      A Biologia Molecular teve avanços? Quais?
Com a descoberta da estrutura do DNA (1953), das técnicas de DNA recombinante (1970) e Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e do desenvolvimento de novas técnicas e equipamentos, a Biologia Molecular apresentou grandes avanços sendo a automatização do sequenciamento dos genoma de organismos um marco relevante. Assim, tornou-se possível o lançamento do Projeto Genoma Humano americano que levou quatro anos para ser concluído (2001). Com isso, uma equipe de pesquisadores brasileiros foram os responsáveis por um projeto mundialmente pioneiro de seqüenciamento do genoma de um microorganismo fitopatógeno, Xylella fastidiosa, e ganharam visibilidade internacional com a publicação na Nature em 13 de julho de 2000. Dentre os avanços recentes da Genética e Biologia Molecular destacam-se a clonagem de animais, a produção de alimentos transgênicos e grãos com alto teor nutritivo, uso de células-tronco embrionárias, avanços terapêuticos em oncologia e aplicações na medicina forense.  As técnicas de biologia molecular já são utilizadas na prática clínica em diagnósticos moleculares de doenças infecto-contagiosas com altíssima sensibilidade e especificidade, porém ainda limitado pelo alto custo. Na área odontológica, a biologia molecular tem proporcionado o diagnóstico precoce de doenças periodontais e câncer bucal e pesquisas com células-tronco na implantodontia. Tais avanços acontecem como resultado da dedicação e interesse por parte da comunidade e política científica, das instituições de fomento à pesquisa e também da sociedade.

8-      A profissão que você exerce está relacionada com a Biologia Molecular?
            Sim, como citado anteriormente sou Doutoranda em Genética e Biologia Molecular.


9-      Desenvolveu ou está desenvolvendo algum trabalho nesta área? Fale um pouco sobre o mesmo.
Sim, trabalho com fisiologia vegetal, genética vegetal, bioquímica e biologia molecular com a técnica de expressão gênica via PCR em Tempo Real. Minha dissertação de mestrado intitula-se “Respostas fisiológicas e expressão gênica de aquaporina em mudas clonais de cacau submetidas ao sombreamento e alagamento do solo” e está inserida na linha de pesquisa Bioquímica e Biologia Molecular de Organismos de Clima Tropical Úmido. Meu projeto de pesquisa do doutorado segue a mesma linha de pesquisa, porém tem como objetivo avaliar as respostas morfofisiológicas, genéticas e bioquímicas de progênies de cacau visando elucidar os possíveis mecanismos de resistência à seca, para subsidiar a seleção futura de novos genótipos para serem cultivados em solos com baixa capacidade de armazenamento de água e, ou em regiões com precipitações pluviais irregulares.

10-  Quais os seus objetivos a curto e longo prazo?
            A curto prazo, quero desenvolver minha tese e concluir meu doutorado com excelentes resultados. A longo prazo quero me inserir definitivamente na carreira acadêmica como pesquisadora e parte do corpo docente de uma universidade.

          "Sit down before fact as a little child..."
                                                              (Thomas H. Huxley)


        "O mundo é o meu país e a ciência a minha religião."
                                                               (Christian Huygens)






E-mail para contato:
chrisbiologa@gmail.com

terça-feira, 24 de maio de 2011

Tópico 10 da gincana


Meu vídeo da gincana foi divulgado pelos

seguintes blogs :


1-Prof. Dr. Flávio Furtado de Farias
2-Kaelly Lima
3-Lívia Karynne
4-Kalyne Morais
5-Ismael Moreira Luna



domingo, 22 de maio de 2011

Tópico 9 da gincana

3-Video do João Ricardo
4-Video do Colega Caio Raul
5-Visita à APAE por Alecia Andrade
6-Video de Eduardo Sérgio
10-Video de Fernanda Gonçalves
http://feernandapinheiro.blogspot.com/2011/05/blog-post.html
11-Raquel Alencar
http://raquelasf.blogspot.com/2011/06/meu-video_02.html
12-Amanda Amorim
http://amandaamorimodontologia.blogspot.com/
13-Marcelon Bernardo
http://marcelonodonto.blogspot.com/2011/06/video-legendado.html



sábado, 21 de maio de 2011

Visita a APAE, UM MOMENTO QUE TODOS PRECISAM VIVENCIAR!!!   


    No dia 18 de maio, nós estudantes do curso de Odontologia do turno da tarde com a disciplina Odontologia Social e Preventiva (O.S.P.) ministrada pelo professor Francisco da Faculdade Leão Sampaio visitamos a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), onde tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre estas pessoas tão especiais, onde passam seus dias, se alimentam, recebem cuidados fisioterapêuticos, psiquiátricos entre outros e os trabalhos desenvolvidos e produzidos por eles.

   Trata-se de pessoas alegres e extremamente carinhosas, nos recepcionaram de forma festiva com muitos beijos, abraços e uma boa dose de alegria. Alguns deles puderam mostrar suas pinturas e demais trabalhos (são surpreendentes e admito que não teria tanta competência e tanta perfeição).

   As APAEs representam o 2º maior movimento do mundo e o 1º da América Latina que trabalham em pról dos portadores de necessidades especiais, chamado de excepcionais pelo movimento apaeano.No Brasil a 1ª APAE criada foi no Rio de Janeiro em 1954; atualmente conta com cerca de 1600 APAEs filiadas a Federação Nacional e distribuidas em Federações Estaduais.

    A APAE tem como objetivo proporcionar o desenvolvimento global dos alunos Portadores de Necessidades Especiais visando sua integração e inclusão na Sociedade, através de um processo educacional e terapêutico para atender suas necessidades, onde são desenvolvidos por profissionais capacitados, currículos adaptados, programas e procedimentos metodológicos diferenciados, apoiados em equipamentos e materiais didáticos específicos.




sexta-feira, 20 de maio de 2011

10º Fichamento da Gincana - Genética


Rocha L.M.; Moreira L.M.A.
Diagnóstico laboratorial do albinismo oculocutâneo
J. Bras. Patol. Med. Lab. v.43 n.1 Rio de Janeiro fev. 2007

  “O albinismo é um distúrbio de natureza genética em que há redução ou ausência congênita do pigmento melanina. O principal tipo de albinismo é o oculocutâneo (OCA), caracterizado pela ausência total ou parcial de pigmento.(...) Embora a síntese de pigmentos ocorra dentro dos melanócitos, a maioria dos pigmentos da pele é encontrada em vesículas cheias de melanina, conhecidas como melanossomos, localizadas dentro de células chamadas de queratinócitos(22).”(p.1)
  “Melanossomos são organelas semelhantes aos lisossomos produzidos pelo complexo golgiense e pelo retículo endoplasmático rugoso, que os tornam maduros e pigmentados. Em seguida são transportados por processos dendríticos e encaminhados para queratinócitos adjacentes(22)(...).”(p.2)
  “Oculocutâneo – todo corpo é afetado. O bloqueio da síntese de melanina é completo no tipo OCA 1 (albinismo oculocutâneo tirosinase-negativo) e seus olhos, cabelos e pele não desenvolvem nenhum pigmento(4, 8). Nos outros tipos o bloqueio não é completo e uma quantidade variável de melanina é formada, podendo haver nos indivíduos afetados escurecimento dos cabelos e desenvolvimento de pigmento na íris com a idade(8). O OCA 1 é ainda dividido em OCA 1A e OCA 1B, sendo o primeiro a mais severa forma de OCA(5). O nível de tirosinase é bastante reduzido no OCA 1B, mas não ausente(5). O OCA 2 (albinismo oculocutâneo positivo) é o tipo de albinismo mais comum(4, 11).”(p.6)
  “Os albinos são praticamente incapazes de transformar a tirosina em melanina. Conseqüentemente, têm a pele muito clara, cabelos brancos ou claros e seus olhos são vermelhos, pois a luz refletida atravessa os vasos sangüíneos dos olhos, ou, ainda, azul-esverdeados, se houver formação de algum pigmento na íris(21). Possuem fotofobia, astigmatismo, miopia, além de outros distúrbios visuais(4, 5, 20).”(p.9)
  “As diferenças entre OCA 1 e OCA 2 foram evidenciadas por métodos químicos, como o teste do bulbo capilar. Esse teste parte do princípio de que albinos oculocutâneo positivos, ao contrário dos negativos, produzem certa quantidade de melanina.”(p.13)
  “Os fios de cabelo são colhidos com um único puxo, fazendo uso de um pequeno alicate odontológico. A seguir são separados, identificados e, então, cortados e levados para análise(10). A incubação de cada fio é feita separadamente numa solução contendo L-tirosina a 37º por 24 horas(11). Após a incubação, os bulbos são lavados em água destilada, colocados em lâminas de vidro e observados ao microscópio com aumento de 80x(11).”(p.21)
  “O teste do bulbo foi descrito na década de 1970. Sua análise é qualitativa, e não quantitativa. Quando se quer comparar a atividade da tirosinase em indivíduos heterozigotos com controles, é feita uma análise quantitativa medindo a quantidade de água formada na oxidação da tirosina em Dopa. Atualmente, embora essa técnica seja usualmente referida como sensível na diferenciação das duas formas de albinismo oculocutâneo, é verificada a ocorrência de falsos positivos e negativos, não sendo geralmente utilizada como método único(5).”(p.26)
  “Os avanços nas técnicas de seqüenciamento molecular proporcionam a identificação dos cromossomos envolvidos nas diferentes formas de albinismo, assim como informações sobre as mutações presentes. Essas informações possibilitam uma melhor compreensão do distúrbio e futuras possibilidades de melhoria nas condições de vida dos albinos, uma vez que o conhecimento preciso das suas causas é uma condição para a elaboração de técnicas mais eficazes de prevenção e tratamento. Os resultados proporcionados pela análise molecular configuram-se como os mais adequados, já que apontam os genes que ocorrem nas mutações e a natureza dessas mutações.”(p.34)

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442007000100006&lng=pt&nrm=iso

quinta-feira, 19 de maio de 2011

9º Fichamento da Gincana - Genética


 Pinho M.S.L.

Célula tronco tumoral: novo conceito em carcinogênese colorretal

Rev bras. colo-proctol. vol.29 no.1 Rio de Janeiro jan./mar. 2009



 “A partir do trabalho original de Fearon e cols1, em 1990, tornou-se evidente que o surgimento de uma célula tumoral é resultante de um acúmulo de mutações em seu DNA capaz de alterá-la morfológica e funcionalmente, levando a um ganho proliferativo o qual irá subsequentemente levar ao surgimento de uma população de células com características semelhantes. Como evento inicial deste processo foi identificada a presença de uma mutação no gene codificador da proteína APC, assim denominada por ser a principal marca genotípica da polipose adenomatosa familiar. Posteriores estudos demonstraram que esta mutação apresenta-se também como evento inicial em cerca de 80% dos casos de câncer colorretal esporádico 2.”(p.2)
  “Em condições normais, o ciclo de vida cumprido pelo colonócito dura em torno de cinco dias 3. Assim sendo, temos aqui a primeira controvérsia, pois tornase difícil a compreensão de como uma célula de tão curta duração poderia sofrer um acúmulo de mutações capaz de alterar completamente seu comportamento biológico.”(p.3)
  “Sabe-se hoje que na base da cripta existe um nicho de células especiais, denominadas como células tronco intestinais, as quais, além de não ascender em direção à luz intestinal, apresentam um ciclo de vida bastante longo, podendo aparentemente atingir alguns anos de duração. Estas células, que representam cerca de 1% do total de células crípticas, são responsáveis por promover a constante renovação da população celular do epitélio intestinal. Acredita-se hoje que isto ocorra inicialmente através da formação de um tipo especial de células denominadas como progenitoras ou transitórias, as quais irão por seu turno gerar as linhagens diferenciadas de células maduras que são os enterócitos, as células enteroendócrinas e as células produtoras de muco 4 (Figura 2).”(p.7)
  “Estas células tronco intestinais apresentam um ciclo de divisão celular bastante mais lento do que as células normais da cripta intestinal, podendo aparentemente realizar divisões simétricas, quando dão origem a duas células tronco ou duas células não-tronco, ou assimétricas, originando a uma célula tronco e uma célula não-tronco. Acredita-se que o ritmo e o formato destas divisões seja responsável não apenas pelo equilíbrio populacional da cripta mas também pelo próprio número de criptas existentes, multiplicadas através de um processo descrito como fissurização. Neste processo observa-se a formação de um brotamento lateral da cripta observado com frequência durante a idade de crescimento do cólon, possibilitando sua expansão. Este mesmo evento pode ser observado no indivíduo adulto na formação de tecidos neoplásicos como adenomas ou adenocarcinomas, e exemplifica a grande importância da manutenção do equilíbrio entre as células tronco intestinais e as outras células do epitélio.”(p.8)
  “As primeiras evidências de células tronco tumorais foram descritas nas leucemias em um estudo publicado por Bonnet e Dick8, os quais demonstraram que um grupo específico de células tumorais foi capaz de replicar tumores in vitro com grande facilidade, enquanto o mesmo não era obtido com o restante das células leucêmicas. Estas células foram diferenciadas das outras por sua capacidade de expressar a molécula CD34 e não expressar a molécula CD38, sendo então denominadas como células tronco tumorais.”(p.15)
  “Ricci-Vitiani e cols 16 publicaram em 2007 um estudo identificando possíveis células tronco tumorais no câncer colorretal, descritas como sendo aquelas capazes de expressar a proteína CD133 (também relatadas como células CD133+). Estas células, que representavam cerca de 2,5% do total de células tumorais, uma vez injetadas no subcutâneo de ratos imunodeficientes foram capazes de reproduzir tumores com as mesmas características do tumor original, o que não foi obtido com as células CD133- . Além disto, estas células demonstravam a capacidade de apresentar um crescimento exponencial por mais de um ano quando colocadas em esferas de cultura tumoral.”(p.19)
  “Como se reproduzem lentamente, as células tronco tumorais podem ser resistentes à quimioterapia convencional, a qual visa atingir as células de grande atividade proliferativa. Desta forma, a obtenção de uma importante redução da massa tumoral pode não estar necessariamente relacionada à cura, por representar a morte de colonócitos normais. Caso confirmada esta hipótese, nova estratégia de quimioterapia deve ser desenvolvida, e dirigida em especial às células tronco tumorais.”(p.25)


Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-98802009000100018&lng=pt&nrm=iso

8º Fichamento da Gincana - Genética

Viegas Y.

Gestação e cárie dental


Rev. Saúde Pública v.4 n.1 São Paulo jun. 1970



“O aspecto quiçá mais importante, a fim de elucidar se existe ou não uma relação entre gestação e cárie dental, traduzida por um aumento do ataque de cárie durante a gravidez, está na elaboração de estudos de incidência comparando gestantes e não gestantes.”(p.1)
“Examinamos 132 mulheres no início de gestação, mas destas, em apenas 82 pudemos concluir nossas observações. Em relação às não gestantes houve também uma perda similar, pois que das 65 nas quais procedemos o exame inicial, apenas em 40 pudemos realizar o segundo exame.”(p.5)
“Tal fato se deve às dificuldades inerentes ao trabalho com o elemento humano. Assim é que tivemos perdas de pacientes devidas ao problema da gestação em si (abortos, por exemplo) e pelo abandona por parte da gestante à assistência da Seção de Higiene Materna do Centro de Saúde. Por essa razão nossa investigação exigiu um período de tempo igual a 2 anos e 2 meses.”(p.6)
“A idade das gestantes variou de 17 a 40 anos, tendo uma idade média de 25,88, e a das não gestantes, de 21 a 40, tendo uma idade média de 28,37.”(p.7)
“O método empregado para a verificação do ataque de cárie foi o índice CPOS. O exame foi feito sob luz artificial empregando-se espelho plano e sonda exploradora n.° 5.”(p.8)
“Os dados foram anotados numa ficha individual cujos itens classificadores eram idade e número de gestações.”(p.10)
“Em ambos os grupos foram realizados dois exames em cada mulher. O primeiro, nas gestantes, foi feito imediatamente após a constatação da gestação, e o segundo foi executado no final da gestação. Para as não gestantes, estipulou-se um intervalo de tempo que correspondesse aproximadamente ao das gestantes.”(p.11)
“O resultado das observações, inicial e final, feitas nas 82 gestantes encontra-se na Tabela 1 onde se pode verificar o CPOS inicial e final, correspondentes ao primeiro e segundo exames, e sua incidência. Nessa tabela também podemos constatar o período de observação, o número de gestações correspondentes a cada gestante e a idade.”(p.15)
“Na Tabela 2 podem ser verificados os mesmos dados em relação ao grupo de não gestantes.”(p.16)
“Ao se analisar os dados dos dois grupos nota-se que as médias do período de observação são pràticamente iguais em ambos, equivalendo a 6 meses aproximadamente. Verifica-se ainda que as médias de superfícies atacadas pela cárie não são muito diferentes, sendo ligeiramente maior no grupo das não gestantes (68,75 – 61,10). Isto é explicável porque a média de idade nas não gestantes também é maior (28,37 – 25,88). Observa-se mais que as médias de incidência de superfícies atacadas pela cárie são similares (2,00 – 1,85). Feito o teste de diferença de médias, pôde-se concluir que tal diferença não é estatìsticamente significante.”(p.17)
“Nossos resultados evidenciaram que a diferença de incidência de superfícies cariadas entre gestantes e não gestantes não é estatisticamente significante. Isto demonstra que o ataque de cárie se processa independentemente de qualquer efeito metabólico.”(p.18)

Fonte:  http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101970000100011&lng=pt&nrm=iso

7ª Fichamento da Gincana - Genética


Araújo J.D.; Filho J.D.A.; Ciorlin E.; Ruiz M.A.; Ruiz L.P. Greco O.T. Lago M.R.; Ardito R.V.

A terapia celular no tratamento da isquemia crítica dos membros inferiores


J. vasc. bras. v.4 n.4 Porto Alegre  2005


  “A pesquisa com CTA [Células Tronco Adulta], é o grande acontecimento da atualidade. Além de serem operacionalmente mais fáceis, não apresentam os problemas ético-religiosos das células embrionárias. Por outro lado, são células embriologicamente mais evoluídas e, por isso, com um caminho menor a percorrer até a sua diferenciação, o que diminui o risco de desvios ontogênicos e de outros efeitos colaterais.”(p.6)
  “Baseados nesse conceito, os pesquisadores começaram a considerar a possibilidade do seu transplante para recompor tecidos destruídos por doenças, por traumas ou por terapias agressivas. De fato, o transplante de células de medula óssea tem sido feito há mais de 40 anos para recompor medulas destruídas por quimioterapia ou radiação e, dessa forma, repor as células sangüíneas, por exemplo, nas leucemias e linfomas.”(p.8)
  “Na década de 1960, pesquisadores descobriram que a medula óssea contém, pelo menos, dois tipos de células-tronco: as hematopoiéticas, que formam todos os tipos de células sangüíneas endoteliais e as células do estroma, uma população mista que pode gerar osso, cartilagem, gordura e tecido fibroso e conjuntivo”(p.10)
  “Supõe-se que as CTA permaneçam quiescentes (sem se dividirem) nos tecidos que constituem seu habitat, até que são ativadas por doenças, inclusive tumores ou trauma, e também para fazer a reposição de células "gastas" no organismo ao longo da vida, através da liberação, no sangue circulante, de células progenitoras (CP), que seriam mobilizadas para os locais onde se fizessem necessárias. Essa mobilização seria feita por substâncias liberadas no local da lesão11. Seriam, assim, uma espécie de "departamento de manutenção" que, com a idade, vai diminuindo sua intensidade de atuação.(...)”(p.12)
  “Quando a CTA não diferenciada se transforma na célula do tecido onde ela "reside", diz-se que houve uma diferenciação. Quando a CTA se transforma em tecido de outro órgão que não o seu, diz-se que houve uma transdiferenciação.”(p.16)
  “As CEP [Células Endoteliais Progenitoras] podem formar novos vasos por três mecanismos; a) angiogênese — capilares que resultariam de brotos originados de vasos já existentes37; b) arteriogênese — aparecimento de vasos que estariam "adormecidos", embora alguns acreditem na possibilidade de neoformação38; c) vasculogênese — formação de novos vasos ou remodelação dos já existentes11.”(p.20)
  “Os estímulos para a mobilização das CTA são gerados por substâncias liberadas na zona isquêmica (milieu dependent), como o fator de crescimento endotelial VEGF, fator de crescimento dos fibroblastos FGF (Fibroblast Growth Factor), citocinas, angiopoietinas e outros39.”(p.23)
  “Outra possibilidade é a de que as próprias CTA produziriam esses fatores de estímulo, que concorreriam para a formação de novos vasos, inclusive estimulando CP "residentes" na região isquêmica (atividade paracrina)40-42, e ainda concorreriam para a melhora do funcionamento do endotélio dos vasos remanescentes, além de promover a sua vasodilação43. É provável que haja uma associação desses vários mecanismos para que haja vasculogênese.”(p.24)
  “O que, porém, parece bem definido é que os fatores de crescimento, as citocinas, angiopoietinas e outros são imprescindíveis em todo o processo e estariam todos englobados no sistema HIF (Hypoxia Inducible Factor), tendo, cada um deles, diferentes variantes tanto na sua parte ativa quanto nos seus receptores39. “(p.25)
  “Aliás, é nesse conceito que se baseia a terapia gênica, que consiste na administração desses fatores por meio de vetores virais ou, então, plasmídeos44,45. É de se esperar, para maior eficiência, a associação das terapias gênica e celular. Na verdade, já há trabalhos reportando essa associação46,47. Alguns deles sugerem, inclusive, a associação de dois fatores de crescimento, por exemplo: VEGF, que formaria tubos endoteliais muito permeáveis e FGF, que promoveria a formação das partes fibrosa e muscular48,49. “(p.26)
  “O problema de a terapia gênica ser mais complexa e laboriosa, envolvendo riscos potenciais quando os vetores são virais, bem como reações adversas a substâncias químicas usadas no seu preparo e, ainda, de os fatores de crescimento terem vida média muito curta, será, certamente, resolvido. É esperado também que as próprias células-tronco recebam marcações genéticas novas, as quais ajudarão a tratar as doenças, inclusive transportando fatores de crescimento específicos para órgãos determinados50-53. “(p.27)

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-54492005000400011&lng=pt&nrm=iso#fig01

6º Fichamento da Gincana - Genética


Lucatelli J.F.; Barros A.C.; Maluf S.W.; Andrade F.M.
Influência genética sobre a doença de Alzheimer de início precoce
Rev. psiquiatr. clín. vol.36 no.1 São Paulo  2009

  “Após vários estudos genéticos com DA,(doença de Alzheimer) verificou-se que os casos de início precoce (DAIP) representam 5% do total de casos dessa patologia (revisado por Rocchi et al.3). O início precoce está diretamente relacionado a genes que sofreram mutações, que causam alterações nas proteínas por eles codificadas, influenciando no aparecimento da patologia. Uma vez que a DA, especialmente a de início precoce, é uma patologia com grande influência genética, o estudo dos genes relacionados à fisiopatologia da doença é imprescindível, gerando expectativas da identificação precoce de indivíduos sob alto risco de desenvolver a doença.”(p.2)
  “Diferentemente da DA de início tardio, na qual ocorre maior influência de polimorfismos, a DA de início precoce está relacionada principalmente a mutações. Mutações são variações moleculares da sequência de nucleotídeos da molécula de DNA de um gene, que pode ou não ter uma consequência na proteína codificada por este. Além disso, para que seja denominada "mutação", essa modificação deve ser rara na população (com frequência menor de 1%) e, na maioria das vezes, tratar-se de uma alteração com um efeito grave ou de início precoce para o indivíduo8. Por outro lado, o termo "polimorfismo" refere-se a uma variação que seja mais frequente do que 1% na população4.”(p.5)
  “A apolipoproteína E (apo E) é uma proteína plasmática constituinte de algumas lipoproteínas. Tem como função manter a estrutura e regular o metabolismo das lipoproteínas, além de participar no transporte, absorção e redistribuição do colesterol entre os tecidos e os órgãos. Além disso, a apo E apresenta uma importante função no reparo de danos excessivos aos neurônios, por meio da redistribuição dos lipídios aos axônios e regenerando as células de Schwann, restabelecendo novamente as conexões sináptico-dendríticas (revisado por Mahley e Rall9).”(p.8)
  “O gene codificante dessa proteína situa-se no cromossomo 19 e tem três alelos principais10,11, sendo o alelo polimórfico E*4 o maior fator de risco genético conhecido para o desenvolvimento da DA de início tardio. Aparentemente, a isoforma E4 é ineficaz na mediação do processo de reparo celular (revisado por Mahley e Rall9). Embora o alelo E*4 seja um fator de risco reconhecido para DA de início tardio (revisado por Bertram et al.12), foi demonstrado que ele também possui influência sobre DA de início precoce, uma vez que sua frequência alélica em pacientes com DAIP foi significativamente maior do que a visualizada em controles (35,4% versus 15,6%)13.”(p.9)
  “As presenilinas são proteínas cujas funções ainda não estão bem estabelecidas, que foram assim denominadas pela associação dos genes correspondentes (PSEN1 e PSEN2) com a doença de Alzheimer27-29. Sabe-se que mutações nesses genes estão relacionadas com alterações na clivagem da APP, aumentando a produção de β-amiloide, ocasionando casos de Alzheimer de início precoce15,30. A presenilina 1 está relacionada com o processo inflamatório observado na placa amiloide31 e pode interferir no processo de apoptose32, e mutações no gene da PSEN2 podem acelerar o processo de neurodegeneração33.”(p.13)
  “Algumas variações no gene da PSEN1 estão associadas com a DA de início precoce. Já foram descritas nesse gene 30 mutações de troca de aminoácidos, três inserções/deleções, dez polimorfismos em éxons e mais de 250 polimorfismos em íntrons34. Já o gene da PSEN2 é menos polimórfico que o PSEN1, pois apresenta seis mutações de troca de aminoácidos, dez polimorfismos em éxons (sendo cinco de troca de aminoácido), mais de 100 polimorfismos em íntrons e seis polimorfismos na região promotora do gene35.”(p.14)
  “É importante ter em mente que a perspectiva da utilização dos dados de influência genética para o diagnóstico precoce de pacientes potenciais ainda é bastante limitada. Mesmo nos casos de DA de etiologia monogênica, que incluem alguns dos casos de DA de início precoce, a heterogeneidade genética é muito grande, com cada mutação descrita nesta revisão, sendo a responsável pela patologia, em cada família diferente. Dessa maneira, não existe somente um alelo causador para esses casos, o que resulta na necessidade de grande cautela, quando a ideia é a aplicação para o rastreamento de indivíduos com possibilidade de desenvolver a doença, ou seja, o diagnóstico genético precoce. Em casos de patologias de origem monogênica, esse tipo de aplicação futura será possível, mas somente quando o grau de penetrância de cada mutação diferente for conhecido, e em casos nos quais a mutação causadora da patologia já tiver sido estabelecida para a família em questão.”(p.20)

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832009000100004&lng=pt&nrm=iso

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vídeo da Gincana - Genética


5º Fichamento da Gincana - Genética


Gitaí D.L.G.; Pereira R.N.R.; Gitaí L.L.G.; Leite J.P.; Cairasco N.G.; Larson M.L.P.
Genes e epilepsia I: epilepsia e alterações genéticas
Rev. Assoc. Med. Bras. v.54 n.3 São Paulo maio/jun. 2008

  “(...)As pesquisas científicas no campo da epileptologia têm adquirido caráter prioritário nas políticas de saúde pública4,5. Uma das frentes de estudo que tem evoluído muito nas últimas décadas diz respeito às investigações de vias moleculares associadas ao processo epileptogênico. Muitos esforços têm sido realizados para identificar genes associados à epilepsia6,7.”(p.1)
  “(...)Os distúrbios epileptogênicos específicos podem ser lesões como trauma, infecção, neoplasia, malformação vascular; malformações congênitas e anormalidades genéticas, como mutações gênicas pontuais ou aberrações cromossômicas. Nos casos em que é possível identificar e tratar esses distúrbios (ex.: remoção cirúrgica de neoplasia), a condição epiléptica é abolida.(...)” (p.2)
  “(...)Hoje, sabe-se que a maioria das epilepsias idiopáticas é causada por mutações genéticas6,13.”(p.4)
  “Buscando uma visão sintética do processo de epileptogênese, com base no discutido acima, podemos inferir que os distúrbios epileptogênicos e fatores precipitantes, em um ambiente genético facilitador, induzem alterações em determinadas vias moleculares, as quais interferem, direta ou indiretamente, nos circuitos elétricos cerebrais, podendo ocasionar a emergência das crises epilépticas. Estas, por sua vez, provocam alterações moleculares e histológicas secundárias, as quais eventualmente podem contribuir para a progressão das crises. A identificação dessas vias moleculares é essencial para o entendimento do processo epileptogênico e, por conseguinte, abre perspectivas para ações preventivas e intervenções terapêuticas mais efetivas.”(p.7)
  “Muitos dos aproximadamente 30 mil genes humanos podem estar associados à epilepsia por meio de alterações genéticas ou de alterações na expressão gênica. As alterações genéticas são aquelas que ocorrem na estrutura física do gene, como as mutações ou polimorfismos, e contribuem para epileptogênese agindo diretamente como causa primária ou, indiretamente, no estabelecimento do limiar de susceptibilidade. Embora algumas dessas alterações possam ser adquiridas de novo, a maior parte delas é transmitida hereditariamente. Por outro lado, as alterações de expressão gênica são aquelas que interferem estritamente na modulação da atividade gênica, sem o envolvimento de lesões físicas no DNA. Esse tipo de alteração geralmente reflete mudanças nos níveis ou na localização dos produtos gênicos e é deflagrada por insultos epileptogênicos.”(p.8)
  “As epilepsias idiopáticas mendelianas são as mais raras. As crises epilépticas podem seguir um perfil generalizado ou parcial e geralmente apresentam uma evolução benigna. Devido ao fato de que, nesses casos, mutações em um único locus gênico conferem um efeito maior no estabelecimento das crises, o traço epiléptico apresenta um padrão de segregação Mendeliano que geralmente é do tipo autossômico21-23.”(p.11)
  “É importante observar que mesmo nas epilepsias mendelianas há certa complexidade na correlação genótipo-fenótipo. Estudos nas famílias mostram que a penetrância dessas mutações é freqüentemente menor do que 100%, e que a idade de início, bem como a gravidade do fenótipo, varia dentro da família24. Isto indica que genes modificadores (equivalentes aos genes de susceptibilidade para epilepsias complexas) influenciam os efeitos do gene mutado, modulando o fenótipo final. Assim, embora as epilepsias monogênicas sejam determinadas por mutação em um único gene, outros genes com efeitos menores e fatores ambientais podem modular a expressão do distúrbio. Isto explica o fato, por exemplo, de que mutações no mesmo gene podem produzir variados fenótipos epilépticos.”(p.15)
  “Um grande número de estudos de associação nas epilepsias geneticamente complexas tem sido publicado. Muitos desses estudos, porém, não têm sido reprodutíveis devido a limitações como tamanho da amostra, falta de grupo controle apropriado e ausência de análises independentes em outras populações34. Assim, os estudos de associação acoplados a uma validação funcional dos polimorfismos são os que têm maior valor informativo. Com base nesses critérios, até agora apenas dois genes de susceptibilidade associados à epilepsia foram identificados. O canal de cálcio tipo T (CACNAIH), envolvido na regulação dos disparos neuronais, foi associado à epilepsia de ausência na infância (CAE); enquanto a subunidade gama do receptor GABA, envolvido na mediação de sinapses inibitórias, foi associado à epilepsia generalizada idiopática. Estudos em culturas de células demonstraram que polimorfismos nesses genes levam a alterações eletrofisiológicas compatíveis com susceptibilidade à epilepsia36. Assim, embora a investigação de genes de susceptibilidade associados à epilepsia ainda esteja numa etapa inicial, a estratégia de se acoplar uma validação funcional aos estudos de associação surge como uma abordagem de grande potencial.”(p.22)

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000300023&lng=pt&nrm=iso

terça-feira, 17 de maio de 2011

4º Fichamento da Gincana - Genética

Schmidt, P.M.S.; Tochetto, T.M..

Investigação Genética da Surdez Hereditária: mutação do gene conexina 26.

Rev. soc. bras. fonoaudiol. vol.14 no.1 São Paulo 2009.

  “Muitos pacientes com perda auditiva neurossensorial de causa indefinida podem apresentar alterações cromossômicas determinantes de sua patologia que não foram pesquisadas. Mutações em alguns desses genes podem causar deficiência auditiva de forma isolada, as chamadas formas não-sindrômicas ou configurar diversos quadros sindrômicos de surdez associada a outras anomalias(1).”(p.2)
  “O estudo da surdez de origem genética enumera possibilidades diagnósticas cada vez mais amplas. No final de 1997, foi isolado e clonado o gene GJB2, que codifica a proteína Conexina 26, o primeiro gene nuclear relacionado à surdez não-sindrômica(4).”(p.5)
  “Uma mutação específica deste gene, a 35deIG (deleção de uma guanina na posição 35 do gene), está envolvida em 70% dos casos de surdez de herança autossômica recessiva. Acredita-se hoje que mutações no gene da Conexina 26 sejam responsáveis por 10 a 20% de todas as perdas auditivas neurossensoriais(5).”(p.6)
  “A perda auditiva decorrente da mutação do gene GJB2 se caracteriza por ser pré-lingual, não-progressiva, profunda, com limiares altos em todas as frequências(11). Nos casos em que a forma de herança é autossômica recessiva, para que se expresse a surdez, é necessário que o indivíduo herde dois alelos mutados, sendo um do pai e outro da mãe, isto é, que seja homozigoto. Sendo assim, há impossibilidade da Conexina 26 ser codificada pelo gene GJB2 alterado. Nos casos de heterozigose, quando o paciente apresentar a mutação em apenas um dos alelos, é possível que o outro alelo codifique a proteína, isso implica em um menor número de Conexina 26 codificada(12).”(p.12)
  “A Conexina 26 está associada à comunicação celular, relacionando-se aos chamados gap junctions (junções intercelulares), canais que têm como função promover a remoção rápida de íons potássio das células ciliadas sensoriais permitindo a reciclagem de íons potássio nos fluidos cocleares, a fim de se manter a capacidade auditiva(6), realizando assim um papel crucial na função fisiológica relacionada à homeostase iônica coclear e no processo fisiológico do potencial endococlear(16). Pela formação desse canal intercelular, é que estas proteínas foram denominadas de Conexinas, sendo sua produção regulada pelo gene Conexina 26(6). Portanto, mutações no gene da Conexina 26 ocasionam alterações na estrutura protéica dessas junções prejudicando a remoção dos íons potássio das células ciliadas e impedindo sua excitação a novos estímulos sonoros, resultando em perda auditiva(17).”(p.15)
  “A Conexina 26 influencia a função da estria vascular, membrana basilar, limbus e proeminência espiral da cóclea humana. A perda de função desta Conexina neste complexo contribui para alterar a permeabilidade das células de suporte e fibroblastos do órgão de Corti, permitindo que o potássio presente em grande concentração no ducto coclear se difunda no órgão, modifique o transporte e permeabilidade deste íon nas sinapses das células ciliadas e acarrete a perda auditiva(18).”(p.16)
  “Avaliação microscópica do osso temporal de um paciente com surdez que apresentava mutação 35delG heterozigótica revelou ausência de degeneração neural, células do gânglio espiral preservadas, degeneração quase total das células ciliadas do órgão de Corti, membrana tectorial desconectada, agenesia da estria vascular e um grande cisto na escala média na região da estria vascular(19).”(p.17)
  “De acordo com a literatura, as análises do gene da Conexina 26, em pacientes com perda auditiva demonstram heterozigose em aproximadamente 10 a 42% dos casos, a despeito de a maioria das mutações, especialmente a mutação 35delG, ter caráter recessivo(26). Em sintonia com esses dados estão os resultados encontrados em pacientes com perda auditiva neurossensorial não-sindrômica, no Hospital de Base de São José do Rio Preto, em que a prevalência foi de 12,12% em heterozigotos(27).”(p.20)
  “Os recém-nascidos que apresentarem heterozigose pelo teste genético deverão ter acompanhamento audiológico seriado, pois esses podem portar a mutação 35delG com ou sem perda auditiva.”(p.25)
  “Apesar de o genótipo não predizer a condição auditiva, homozigotos para 35delG têm incidência de perda auditiva pré-lingual significativa: 26 a 30% terão surdez severa e outros 30 a 57% profunda. Perda auditiva severa a profunda afeta aproximadamente 1 para 1000 neonatos. Em 50% destas crianças, a perda é presumivelmente genética, herdada de forma autossômica recessiva(18-19).”(p.31)

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342009000100022&lng=pt&nrm=iso

sábado, 14 de maio de 2011

3º Fichamento da Gincana - Genética


Lopes I.V.;Marti A.; Aliaga M.J.M.; Martínez A.

Aspectos genéticos da obesidade

Rev. Nutr. v.17 n.3 Campinas jul./set. 2004



  “Os progressos científicos indicam que existe uma base genética transmissível, implicada na manutenção de um peso corporal estável5, através dos seguintes mecanismos: 1) no controle de péptidos e monoaminas implicados na regulação do apetite; 2) nas variações do metabolismo basal, no efeito termogênico dos alimentos ou na atividade física espontânea e 3) na regulação da utilização metabólica dos nutrientes energéticos, para suprir as necessidades do organismo.”(p.3)
  “O aumento mundial da prevalência da obesidade atribui-se principalmente às mudanças nos estilos de vida (aumento do consumo de alimentos ricos em gordura, redução da atividade física, etc.), que incidem sobre uma certa susceptibilidade ou predisposição genética para ser obeso6. Neste contexto, também o fenótipo da obesidade, do qual se distinguem quatro tipos em função da distribuição anatômica da gordura corporal (global, andróide, ginóide e visceral), é influenciado pela base genética e por fatores ambientais3,4. Além disso, desde o ponto de vista evolutivo, os indivíduos com genes "austeros" ou "poupadores" podem ter sido favorecidos, já que a função reprodutora está dependente das reservas energéticas e as pessoas mais resistentes à desnutrição podem ter sobrevivido em maior proporção, durante as épocas de falta de alimentos.”(p.4)
  “Por último, a co-existência de obesidade em vários membros da mesma família, confirma a participação da herança genética na incidência da obesidade. A probabilidade de que os filhos sejam obesos quando os pais o são, foi estimada em alguns estudos obtendo-se percentagens entre 50% e 80%7. Confirmam essa hipótese tanto o fato de existirem indivíduos com uma alteração na termogénese, no metabolismo basal ou na activação simpática, como a constatação de poderem os fatores genéticos modificar os efeitos da atividade física sobre o peso e a composição corporal8.”(p.6)
  “A epidemiologia genética da obesidade tem como objetivo a discriminação dos rasgos do fenótipo atribuíveis à base genética em relação às influências externas do ambiente9. As estratégias de investigação dos determinantes genéticos da obesidade incluem métodos muito diversos (Quadro 1). O processo de interrelacionar um gene com um fenótipo torna-se difícil pela baixa densidade de DNA codificante (<5%) e pela magnitude do material genético constituinte do genoma humano, assim como pelas possíveis interações entre genes e fatores ambientais10.”(p.6)
  “A análise do DNA humano para identificar genes relacionados com a obesidade ou outras doenças condicionadas geneticamente, inclui técnicas de clonação e seqüenciação de genes ou fragmentos de DNA, hibridação de ácidos nucleícos, utilização de enzimas de restrição (endonucleases), fracionamentos por electroforese (Southern), amplificação por reações em cadeia com polimerasas (PCR), ou análise de produtos do gene (proteínas), entre outras15. A busca de novas mutações implica metodologias mais complexas e específicas, tais como a utilização de seqüências de DNA, análise inespecífica do genoma (DD), análise conformacional de polimorfismos de uma só linha (SSCP) e a electroforese de gradiente16,17.”(p.11)
  “A leptina, sintetizada e segregada pelo tecido adiposo, funciona como um sinal aferente de saciedade, que atua sobre o hipotálamo, regulando o apetite e o metabolismo e, portanto, controlando a massa gorda corporal30,31. Assim, os ratos ob/ob que apresentam uma mutação neste gene, são animais obesos, nos quais a administração repetida de leptina induz uma redução do apetite e do peso corporal. Por outro lado, o tratamento in vivo com leptina aumenta a taxa de lipólise e o consumo de oxigênio nestes animais. Neste sentido, um vetor de expressão plasmídica com cDNA de leptina, administrou-se no músculo tibial da pata traseira dos ratos, em conjunto com o promotor de citomegalovirus e do elemento regulador da cadeia leve da miosina. Os efeitos da injeção do gene da leptina e a sua incorporação ao músculo, revelam uma redução significativa do apetite depois da injeção de DNA, assim como também uma diminuição do peso corporal. Em relação aos animais controle os animais submetidos à terapia gênica com leptina, aumentaram tanto a leptinemia como o consumo de oxigênio in vitro e a lipólise basal29.”(p.33)
  “Estes resultados confirmam que a leptina funcional pode ser produzida pelo músculo e liberada na circulação sangüínea; isto reforça a hipótese de que a leptina contribui aos efeitos de regulação do peso e da gordura corporal, podendo constituir-se numa via de aplicação da terapia gênica no tratamento da obesidade.”(p.34)
  “Os métodos de associação e ligamento genético constituem instrumentos valiosos para identificar o componente hereditário da obesidade11,32. Os estudos de associação referem-se à busca de relações estatísticas entre um polimorfismo genético e um determinado fenótipo, geralmente entre indivíduos sem parentesco. A estratégia epidemiológica pode considerar: a comparação entre casos e controles, a análise da variação para loci específicos ou a discriminação entre portadores e não portadores em relação a um determinado caráter.”(p.35)
“Diversos estudos demonstram de forma evidente a participação do componente genético na incidência da obesidade. Estima-se que entre 40% e 70% da variação no fenótipo associado à obesidade tem um caráter hereditário. A influência genética como causa de obesidade pode manifestar-se através de alterações no apetite ou no gasto energético. As investigações sobre a implicação genética na prevalência da obesidade utilizaram, ao longo dos últimos anos, diferentes estratégias metodológicas: estudo de modelos animais e extrapolação a regiões homólogas do genoma humano; associação e ligamento de genes candidatos em estudos epidemiológicos; investigações de genes de transmissão mendeliana com manifestações de obesidade, além dos métodos baseados na análise inespecífica de genoma de indivíduos obesos em relação a controles.”(p.46)

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732004000300006&lng=pt&nrm=iso