terça-feira, 17 de maio de 2011

4º Fichamento da Gincana - Genética

Schmidt, P.M.S.; Tochetto, T.M..

Investigação Genética da Surdez Hereditária: mutação do gene conexina 26.

Rev. soc. bras. fonoaudiol. vol.14 no.1 São Paulo 2009.

  “Muitos pacientes com perda auditiva neurossensorial de causa indefinida podem apresentar alterações cromossômicas determinantes de sua patologia que não foram pesquisadas. Mutações em alguns desses genes podem causar deficiência auditiva de forma isolada, as chamadas formas não-sindrômicas ou configurar diversos quadros sindrômicos de surdez associada a outras anomalias(1).”(p.2)
  “O estudo da surdez de origem genética enumera possibilidades diagnósticas cada vez mais amplas. No final de 1997, foi isolado e clonado o gene GJB2, que codifica a proteína Conexina 26, o primeiro gene nuclear relacionado à surdez não-sindrômica(4).”(p.5)
  “Uma mutação específica deste gene, a 35deIG (deleção de uma guanina na posição 35 do gene), está envolvida em 70% dos casos de surdez de herança autossômica recessiva. Acredita-se hoje que mutações no gene da Conexina 26 sejam responsáveis por 10 a 20% de todas as perdas auditivas neurossensoriais(5).”(p.6)
  “A perda auditiva decorrente da mutação do gene GJB2 se caracteriza por ser pré-lingual, não-progressiva, profunda, com limiares altos em todas as frequências(11). Nos casos em que a forma de herança é autossômica recessiva, para que se expresse a surdez, é necessário que o indivíduo herde dois alelos mutados, sendo um do pai e outro da mãe, isto é, que seja homozigoto. Sendo assim, há impossibilidade da Conexina 26 ser codificada pelo gene GJB2 alterado. Nos casos de heterozigose, quando o paciente apresentar a mutação em apenas um dos alelos, é possível que o outro alelo codifique a proteína, isso implica em um menor número de Conexina 26 codificada(12).”(p.12)
  “A Conexina 26 está associada à comunicação celular, relacionando-se aos chamados gap junctions (junções intercelulares), canais que têm como função promover a remoção rápida de íons potássio das células ciliadas sensoriais permitindo a reciclagem de íons potássio nos fluidos cocleares, a fim de se manter a capacidade auditiva(6), realizando assim um papel crucial na função fisiológica relacionada à homeostase iônica coclear e no processo fisiológico do potencial endococlear(16). Pela formação desse canal intercelular, é que estas proteínas foram denominadas de Conexinas, sendo sua produção regulada pelo gene Conexina 26(6). Portanto, mutações no gene da Conexina 26 ocasionam alterações na estrutura protéica dessas junções prejudicando a remoção dos íons potássio das células ciliadas e impedindo sua excitação a novos estímulos sonoros, resultando em perda auditiva(17).”(p.15)
  “A Conexina 26 influencia a função da estria vascular, membrana basilar, limbus e proeminência espiral da cóclea humana. A perda de função desta Conexina neste complexo contribui para alterar a permeabilidade das células de suporte e fibroblastos do órgão de Corti, permitindo que o potássio presente em grande concentração no ducto coclear se difunda no órgão, modifique o transporte e permeabilidade deste íon nas sinapses das células ciliadas e acarrete a perda auditiva(18).”(p.16)
  “Avaliação microscópica do osso temporal de um paciente com surdez que apresentava mutação 35delG heterozigótica revelou ausência de degeneração neural, células do gânglio espiral preservadas, degeneração quase total das células ciliadas do órgão de Corti, membrana tectorial desconectada, agenesia da estria vascular e um grande cisto na escala média na região da estria vascular(19).”(p.17)
  “De acordo com a literatura, as análises do gene da Conexina 26, em pacientes com perda auditiva demonstram heterozigose em aproximadamente 10 a 42% dos casos, a despeito de a maioria das mutações, especialmente a mutação 35delG, ter caráter recessivo(26). Em sintonia com esses dados estão os resultados encontrados em pacientes com perda auditiva neurossensorial não-sindrômica, no Hospital de Base de São José do Rio Preto, em que a prevalência foi de 12,12% em heterozigotos(27).”(p.20)
  “Os recém-nascidos que apresentarem heterozigose pelo teste genético deverão ter acompanhamento audiológico seriado, pois esses podem portar a mutação 35delG com ou sem perda auditiva.”(p.25)
  “Apesar de o genótipo não predizer a condição auditiva, homozigotos para 35delG têm incidência de perda auditiva pré-lingual significativa: 26 a 30% terão surdez severa e outros 30 a 57% profunda. Perda auditiva severa a profunda afeta aproximadamente 1 para 1000 neonatos. Em 50% destas crianças, a perda é presumivelmente genética, herdada de forma autossômica recessiva(18-19).”(p.31)

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342009000100022&lng=pt&nrm=iso

Um comentário:

  1. Taís, observei que você optou por realizar fichamentos sobre diversos temas. Ok.
    .
    Quanto a um aspecto técnico, gostaria de sugerir que coloque a referência bibliográfica do artigo dentro das normas da ABNT.
    por exemplo:
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    Schmidt, P.M.S.; Tochetto, T.M.. Investigação Genética da Surdez Hereditária: mutação do gene conexina 26. Rev. soc. bras. fonoaudiol. vol.14 no.1 São Paulo 2009.
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    Desta forma, você já vai se habituando aos procedimentos técnicos que te serão exigidos já nos próximos períodos.
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    Sucesso!

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